Quando o pequeno curumim Cai desfalecido pela bruxaria do inimigo O povo Shuara chora E suas lágrimas revelam ao misterioso pajé O segredo adormecido Da cura sagrada Tsantsa, Tsantsa, Tsantsa Pajé Shuara, o bruxo escultor de cabeças Veste pele de animal para o ritual de escabelamento Plumárias batizam o ébrio pensamento Ervas são mascadas e aspiradas Pra falar a linguagem do além É preciso trilhar o caminho da névoa Faz o corpo do menino levitar No sudário de fumo do cachimbo, cerâmica O sopro xamânico enfraquece os espíritos Que são absorvidos para dentro do pajé Enquanto a Tsantsa é preparada Para descansar os esquecidos Durante sete dias o pajé rezará Durante sete luas permanecerá Fervendo no fogo sagrado No transe do inhãbé, no rito de fé, no velho pajé A prisão eterna espiritual A máscara profana do ritual Dormente ao sol secará Flagelando os espíritos Seus olhos são costurados com fibras de arumã Ossos afiados são cravados em sua boca Sementes silenciam seus ouvidos na escuridão A maldição calará Rasga a mortalha Rasga a mortalha da noite Libélulas negras, boiúnas de fogo E a fera jaguar Tarântulas e tucandeiras Vão te devorar Dança, xamã, dança, xamã Aracnídeo pajé Dança, xamã, dança, xamã O viperino pajé Dança, xamã, dança, xamã Aracnídeo pajé O soberano da fé